Maternagem Real e a Pandemia

Ano de 2020, completei 41 anos no dia 22 de maio e estamos atravessando o maior desafio dos últimos 100 anos. Tivemos vontade e motivos para se descabelar e querer jogar tudo para o alto, porém também têm sido uma excelente oportunidade para fazer uma reflexão.
Recorri a todos processos que existem para o desenvolvimento humano, cursos, terapias holísticas, magia e muita meditação para dar conta de toda essa zona que se transformou a minha e a vida de qualquer habitante desse lindo Planeta.
Claro que agora quase 70 dias depois, encontrei um momento para sentar e escrever um pouco sobre o que foi esse início de pandemia, dos surtos as crises de ansiedade, choro entalado, choro exposto, minhas máscaras caíram e tive que derrubar alguns muros, então me dei conta de que não se temos certeza e nem controle de nada e que a maternagem exercida por mim até aquele período, não era o bastante  e aprendi muito com as crianças (meu filho de 9 e filha de 7 anos). Também aprendi mais sobre meu casamento e família em geral, mesmo estando distante.
Muita coisas aconteceram e ainda continua acontecendo no mundo e aqui em casa, porém acredito que todos os seres após terem vivido esta quarentena passaram a enxergar tudo e todos de forma diferente.
Tive dias de luta e dias de glória, oscilei bastante até encontrar meu ponto de equilíbrio. Minhas feridas e sombras ficaram expostas, a saída para tanta dor e choro foi olhar para as emoções e situações que se apresentavam, uma a uma e trata-las com amor. Logo eu que pensava que depois do CA de tiroide, eu já havia mergulhado fundo em mim mesma….SQN.
O processo exigiu mergulho em águas profundas, o que aconteceu em 2019 foi apenas um preparo para o que viveríamos em 2020.
A gratidão foi lembrada a cada dia, a cada meditação, elevação, e cada lágrima, a cada troca de curativo das minhas próprias feridas.
Bem que dizem que quando estamos prontos o processo acontece. Temos a ilusão sobre o controle, pensamos controlar as nossas emoções, controle sobre como todos devem agir a sua volta. Tudo não passa de manipulação. Nós controladores manipulamos tudo e todos a nossa volta para que as coisas saiam da forma como desejamos. Quebrar essa padrão é delicado e mexe muito com o nosso ego. Querer manter ou segurar essa situação gera mais dor e resistir a ela é burrice. O segredo é soltar, deixar fluir.
A solução era simples, sabe quando caímos e ralamos o joelho, nossa mãe depois de lavar passava aquele remédio que ardia, mas curava. Então era isso, deixa doer, sinta e reviva uma última vez a dor, aprenda com ela e siga adiante.
Nosso cérebro é incrível, nosso inconsciente nos protege até ele ter certeza que estamos pronto para lidar com a dor. Depois que nos permitimos sentir, com toda a nossa força visceral, choramos e aliviamos aquela pressão no meio do peito, trazemos para a consciência a questão, os envolvidos, e então fazemos a pergunta que vai ressignificar o evento e trazer a cura para a alma.
Depois disso vai acontecer algum outro evento, com outra situação, as vezes com outros envolvidos (no meu caso aqui, os temas giraram entre o marido e os filhos, vida cotidiana e profissional), que vai nos mostrar através de um conflito ou discussão outro ponto a ser visto e trabalhado,
O processo de autoconhecimento é contínuo. E de uma coisa eu tenho certeza, a maternagem por aqui jamais será como antes.